Literatura

         O Arcadismo

  
O Arcadismo foi um movimento literário iniciado no século XVIII na Europa. Seu nome é uma referência à Arcádia, na Grécia Antiga, tida como fonte de inspiração desses poetas.
O Arcadismo tem uma forma simples de literatura e temas recorrentes como o amor, a morte, o campo e a idealização da mulher amada. A filosofia desse tipo de literatura é aproveitar no máximo o momento, o chamado Carpe Diem. Os poetas desse movimento tiveram influência do escritor latino Horácio em diversas características árcades como o Fugere Urbem (Fuga da Cidade), a Aurea Mediocritos (Mediociradade douradas) e diversas outras ideias típicas desse movimento.
Acima de tudo o Arcadismo era uma forma de literatura simples, que valorizava a vida no campo e criticava a vida urbana. Com adjetivos simples e que indicavam suavidade e harmonia e ainda termos que nos remetem a Grécia Antiga, acima de tudo a sua mitologia. Eles exaltavam a natureza e tinha um amor idealizado e convencional.

Principais poetas árcades:

  • Frei Santa Rita Durão, autor do épico poema Caramuru
  • Cláudio Manuel da Costa
  • Basílio da Gama, autor do poema épico "O Uraguai"
  • Tomás Antônio Gonzaga
  • Silva Alvarenga, autor de Glaura


Cláudio Manuel da Costa

Nasceu em Mariana, MG, em 1729. Estudou Direito em Coimbra. Foi nessa viagem que conheceu as ideias iluministas e se apaixonou pela prática árcade. Adotou o Pseudônimo pastoril de Glauceste Satúrnio.
Cláudio Manuel era um homem muito rico e tinha uma clientela importante, possuia muitos escravos  e uma grande fazenda com criação de gado e de porcos. Sua mansão em Vila Rica era usada como ponto de reuniões da Inconfidência, ele foi preso e encontrado enforcado na cadeia, em Julho de 1789.

SONETO XIV

Quem deixa o trato pastoril, amado,
Pela ingrata, civil correspondência,
Ou desconhece o rosto da violência,
Ou do retiro a paz não tem provado.

Que bem é ver nos campos, trasladado
No gênio do Pastor, o da inocência!
E que mal é no trato, e na aparência
Ver sempre o cortesão dissimulado!

Ali respira Amor sinceridade,
Aqui sempre a traição seu rosto encobre;
Um só trata a mentira, outro a verdade.

Ali não há fortuna que soçobre;
Aqui quanto se observa é variedade:
Oh! ventura do rico! oh! bem do pobre!   

Caractéristicas do Arcadismo no Soneto de Cláudio Manuel

  • Fugere Urbem
  • Valorização da Vida Rural
  • Idealização da Mulher Amada


Romanceiro da Inconfidência

Romanceiro da Inconfidência é uma coletânea de poemas da escritora brasileira Cecília Meireles publicada em 1953, que conta a História de Minas dos inícios da colonização no século XVII até a Inconfidência Mineira.
Em 85 "romances", 4 "cenários", a autora trata de temas como a escravidão, a exploração do ouro e a Inconfidência Mineira.

[...]Atrás de portas fechadas,
á luz de velas acesas,
entre sigilo e espionagem,
acontece a inconfidência.[...]
[...]Liberdade, Ainda Que Tarde
ouve-se em redor da mesa.
E a bandeira já está viva,
e sobe a noite imensa.[...]


MEIRELES, Cecília. Romanceiro da Inconfidência. Rio de Janeiro.
Trecho do Romance XXIV ou Da Bandeira Da Inconfidência. p. 90- 91